Metas não bastam — o que fazer para a carreira andar em 2026

Especialista orienta que carreira seja tratada como um negócio, com rotina e revisão trimestral

CULTURANOTÍCIAS

12/27/20255 min read

O fim do ano costuma ser marcado por listas de resoluções, planners novos e promessas grandiosas. Mas, para o especialista em carreira e sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria, Virgilio Marques dos Santos, essa tradição está mais perto do autoengano do que de um plano real de mudança. "Em fevereiro, 80% dessas metas já viraram poeira. O problema é que não é planejamento, é uma carta para o Papai Noel", afirma.

Com formação técnica e trajetória à frente da FM2S — startup que já alcançou mais de 1 milhão de alunos em cursos, treinamentos e conteúdos —, Santos defende que 2026 exigirá disciplina, escolhas estratégicas e acompanhamento constante, algo mais próximo do rigor de gestão de uma empresa do que de um processo pessoal espontâneo. "Esperança não é estratégia. Desejo não é método. Planejamento amador custa promoções e oportunidades. E esse preço costuma aparecer tarde demais", detecta.

Para ele, o primeiro erro que mina o crescimento profissional é a quantidade excessiva de metas. Em vez de longas listas, o especialista defende foco radical. "A pergunta de 2026 é simples: qual é a única habilidade que torna todo o resto mais fácil? Quem quer fazer tudo, não faz nada. Na prática, isso significa identificar um ponto-chave — como domínio de Inglês, IA ou experiência em liderança — e concentrar energia nele até gerar um resultado visível", pontua.

Outra mudança de mentalidade, segundo Santos, envolve trocar metas soltas por sistemas — rotinas previsíveis, com dia e hora para acontecer. "Motivação acaba. Sistema cria hábito. É como na empresa: não adianta prever o resultado se o processo não está escrito e bloqueado na agenda." Ele cita um exemplo prático: "não é 'quero aprender Inglês', de forma genérica; adapte para 'farei aulas às segundas, quartas e sextas, às 19 horas'".

O especialista defende também que o calendário profissional seja reconfigurado. Em vez de esperar dezembro de 2026 para avaliar resultados, ele recomenda dividir o ano em quatro ciclos de 12 semanas, com ajustes trimestrais. "Esperar o ano acabar para descobrir se deu certo é suicídio profissional. É preciso testar, errar e corrigir rápido. Além disso, as metas de carreira podem mudar ao longo de um curto espaço de tempo; é preciso estar atento para recalcular a rota, se necessário", explica.

Para 2026, ele chama atenção ao que considera o novo critério de empregabilidade: habilidades híbridas. "É o engenheiro que negocia. O profissional de RH que lê dados. O gestor que entende IA, mas lidera com empatia. Quem não fechar o gap entre o humano e o tecnológico começa o próximo ano atrasado."

A mensagem final é direta e dialoga com o clima de virada: "2026 vai chegar com ou sem planejamento. A pergunta é se você será passageiro ou piloto. Rasgue a lista de desejos, escreva seu sistema e apareça para o jogo", finaliza.

--

Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, gestor de carreiras, PhD, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Autor do livro "Partiu Carreira", TEDx Speaker, foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

O fim do ano costuma ser marcado por listas de resoluções, planners novos e promessas grandiosas. Mas, para o especialista em carreira e sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria, Virgilio Marques dos Santos, essa tradição está mais perto do autoengano do que de um plano real de mudança. "Em fevereiro, 80% dessas metas já viraram poeira. O problema é que não é planejamento, é uma carta para o Papai Noel", afirma.

Com formação técnica e trajetória à frente da FM2S — startup que já alcançou mais de 1 milhão de alunos em cursos, treinamentos e conteúdos —, Santos defende que 2026 exigirá disciplina, escolhas estratégicas e acompanhamento constante, algo mais próximo do rigor de gestão de uma empresa do que de um processo pessoal espontâneo. "Esperança não é estratégia. Desejo não é método. Planejamento amador custa promoções e oportunidades. E esse preço costuma aparecer tarde demais", detecta.

Para ele, o primeiro erro que mina o crescimento profissional é a quantidade excessiva de metas. Em vez de longas listas, o especialista defende foco radical. "A pergunta de 2026 é simples: qual é a única habilidade que torna todo o resto mais fácil? Quem quer fazer tudo, não faz nada. Na prática, isso significa identificar um ponto-chave — como domínio de Inglês, IA ou experiência em liderança — e concentrar energia nele até gerar um resultado visível", pontua.

Outra mudança de mentalidade, segundo Santos, envolve trocar metas soltas por sistemas — rotinas previsíveis, com dia e hora para acontecer. "Motivação acaba. Sistema cria hábito. É como na empresa: não adianta prever o resultado se o processo não está escrito e bloqueado na agenda." Ele cita um exemplo prático: "não é 'quero aprender Inglês', de forma genérica; adapte para 'farei aulas às segundas, quartas e sextas, às 19 horas'".

O especialista defende também que o calendário profissional seja reconfigurado. Em vez de esperar dezembro de 2026 para avaliar resultados, ele recomenda dividir o ano em quatro ciclos de 12 semanas, com ajustes trimestrais. "Esperar o ano acabar para descobrir se deu certo é suicídio profissional. É preciso testar, errar e corrigir rápido. Além disso, as metas de carreira podem mudar ao longo de um curto espaço de tempo; é preciso estar atento para recalcular a rota, se necessário", explica.

Para 2026, ele chama atenção ao que considera o novo critério de empregabilidade: habilidades híbridas. "É o engenheiro que negocia. O profissional de RH que lê dados. O gestor que entende IA, mas lidera com empatia. Quem não fechar o gap entre o humano e o tecnológico começa o próximo ano atrasado."

A mensagem final é direta e dialoga com o clima de virada: "2026 vai chegar com ou sem planejamento. A pergunta é se você será passageiro ou piloto. Rasgue a lista de desejos, escreva seu sistema e apareça para o jogo", finaliza.

--

Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, gestor de carreiras, PhD, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Autor do livro "Partiu Carreira", TEDx Speaker, foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

Adriana Arruda

Doutora em Ciência, Tecnologia e Sociedade, Especialista em Jornalismo Científico, Jornalista e Assessora de Comunicação