Fuga ao Paraguai com pitbull, passaporte falso e carta sobre câncer: como Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, foi preso e o que acontece agora

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi preso pela polícia paraguaia na madrugada desta sexta-feira (26/12), no aeroporto internacional de Assunção.

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12/27/20252 min read

Segundo a PF, na madrugada da quinta-feira (25/12), por volta de 3h, a tornozeleira eletrônica de Vasques ficou sem sinal de GPS.

Mais tarde, por volta das 13h, o equipamento "perdeu o sinal de GPRS [rede], possivelmente devido ao término da bateria".

Ainda segundo a polícia, por volta das 23h, uma equipe da Superintendência Regional da Polícia Federal em Santa Catarina foi acionada "para verificar o possível descumprimento das medidas restritivas" de Vasques. Mas quando chegaram à residência do ex-diretor da PRF, ele não estava mais lá.

Quando os agentes chegaram no prédio onde Vasques reside, no município de São José (SC), foram recebidos pelos porteiros, que informaram que a Polícia Penal de Santa Catarina já havia estado no local, por volta das 20h.

De acordo com as investigações, Vasques teria saído do prédio por volta das 19h22 em um veículo alugado pela Localiza.

Pelas imagens das câmeras do condomínio, a polícia verificou que Vasques colocou bolsas no porta-malas do carro, "muitos sacos de tapete higiênico para cães", "potes comedouros (para ração)" e um cachorro "aparentando ser da raça pitbull".

A porta do apartamento de Vasques estava trancada e, por isso, "não foi possível verificar se a tornozeleira eletrônica estaria no seu interior".

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi avisado da tentativa de fuga e que Vasques utilizava um passaporte falso, e determinou sua prisão preventiva.

"A fuga do réu, caracterizada pela violação das medidas cautelares impostas sem qualquer justificativa, autoriza a conversão das medidas cautelares em prisão preventiva", diz a decisão de Moraes.

No momento da prisão, ele se passava por um cidadão parguaio por meio de um passaporte falsificado. O documento, com sua foto, constava o nome de Julio Eduardo Baez Fernandez.

Vasques também levava com ele uma carta em que afirmava estar surdo e mudo devido a efeitos secundários de uma quimioterapia e radioterapia que teria realizado em Foz do Iguaçu (PR) para tratar um câncer na cabeça e que teriam causado lesões no seu crânio. Por isso, não poderia responder a perguntas oralmente, apenas por escrito

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O documento, escrito em espanhol e endereçado às autoridades aeroportuárias, era acompanhado de uma prescrição médica para tratamento de câncer.

Na carta, também constava que seu destino era San Salvador, capital de El Salvador, onde faria uma "radiocirurgia" para prolongar sua vida. O documento informava que ele estava lúcido e tinha condições médicas de fazer a viagem.

O país na América Central passou a ser elogiado por políticos de direita do Brasil por conta da atuação do presidente de direita Nayib Bukele.

Vasques fugiu da casa onde vivia em São José (SC) com um carro alugado na noite de quinta-feira. 

Reportagem Thais Carrança/BBC News