CPI da CEEE Equatorial e RGE ouve a comunidade de Rio Grande e região

Na tarde desta sexta-feira (3), a CPI da CEEE Equatorial e RGE, presidida pelo deputado Miguel Rossetto (PT), promoveu audiência pública na Câmara de Vereadores de Rio Grande. Foi a segunda audiência da comissão no interior do RS e a terceira realizada. Na segunda-feira (29), o debate ocorreu em Osório e, no dia 8 de setembro, no Palácio Farroupilha, na Capital. A comissão ainda irá ouvir as comunidades de Novo Hamburgo, Santana do Livramento, Erechim e Caxias do Sul.

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10/7/20255 min read

CPI da CEEE Equatorial e RGE ouve a comunidade de Rio Grande e região

Na tarde desta sexta-feira (3), a CPI da CEEE Equatorial e RGE, presidida pelo deputado Miguel Rossetto (PT), promoveu audiência pública na Câmara de Vereadores de Rio Grande. Foi a segunda audiência da comissão no interior do RS e a terceira realizada. Na segunda-feira (29), o debate ocorreu em Osório e, no dia 8 de setembro, no Palácio Farroupilha, na Capital. A comissão ainda irá ouvir as comunidades de Novo Hamburgo, Santana do Livramento, Erechim e Caxias do Sul.

Rossetto falou sobre os indicadores da Aneel que colocam a CEEE Equatorial entre as piores concessionárias do país. "O diagnóstico que nós queremos produzir não é só um diagnóstico do problema, mas é um diagnóstico que nos permite entender qual a razão desses problemas e quais as iniciativas para superação desses problemas num tempo adequado para que eles não representem perda de capacidade de desenvolvimento dos nossos municípios", explicou.

Ao final do encontro, o proponente da audiência pública, o deputado Halley Lino (PT), disse que, frente aos relatos, foi acertada a instalação da CPI na ALRS. "Hoje Rio Grande foi capital do estado do exercício pleno da democracia. Homens e mulheres, nas suas diversas representações, que tiveram a oportunidade de registrar neste importante trabalho da CPI a sua posição", avaliou. Também participou o deputado Marcus Vinícius (PP), relator da CPI.

Manifestações
O vice-prefeito de Rio Grande, Paulo Renato Gomes, disse que, a partir da privatização da CEEE, os serviços mudaram. Lembrou que o município com mais de 200 mil habitantes tem muitos consumidores, sejam eles residenciais, comerciais e industriais. "O porto da cidade do Rio Grande e todo o complexo industrial das mais diversas empresas que estão instaladas na nossa área industrial. Qual é o consumo que a CEEE Equatorial leva da cidade do Rio Grande?", questionou. "Somos um bom cliente. Então, nós deveríamos ser bem tratados, mas o investimento não é assim que ocorre", completou, cobrando o devido e adequado tratamento da concessionária para com o município.

O presidente da Câmara de Vereadores de Rio Grande, Rovam Castro, criticou a privatização da CEEE, citando a demora no restabelecimento dos serviços de energia elétrica após eventos climáticos extremos ocorridos após a concessão. "Energia elétrica não é nenhum privilégio. É um direito de todos e todas e temos que trabalhar muito para que ele seja prestado com a maior qualidade possível", defendeu. Informou que a Câmara de Vereadores também realizou uma CPI sobre o tema em 2024 e citou os principais problemas identificados, como a demora no restabelecimento do serviço, a falta de qualificação dos profissionais que prestam o serviço e a dificuldade dos consumidores acessarem os canais de atendimento da Equatorial. Ao final de sua manifestação, entregou o relatório do trabalho aos deputados.

O prefeito de São José do Norte, Neromar Guimarães, classificou a situação como preocupante, citando episódio em que a comunidade do Bojuru ficou três dias sem energia elétrica e houve casos em que algumas famílias ficaram até 15 dias sem o restabelecimento da luz. "Isso é muito sério, isso é muito grave porque, em muitos casos, temos pessoas idosas, pessoas enfermas, que precisam de respirador. Não é possível nós estamos em 2025 e enfrentarmos uma situação dessas", desabafou. Além da demora no restabelecimento do serviço, falou dos problemas nos canais de atendimento da Equatorial.

O prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, contou que, logo após a Equatorial assumir, o município precisou adquirir dois geradores para o tratamento da água dada a interrupção da energia. Disse, no entanto, que, com o passar do tempo e com a apresentação das demandas da comunidade à empresa, houve investimentos altíssimos na modernização da rede elétrica. "Nos últimos tempos, esses geradores não estão mais sendo utilizados", afirmou. Na próxima semana, informou que os gestores da empresa visitarão a cidade para discutir novos investimentos no meio rural.

O prefeito de Cerrito, José Flávio Vieira, informou que há no município 1500 propriedades, das quais quase 500 dedicam-se à produção de leite e, por isso, a energia elétrica é muito importante. Falou sobre o evento climático ocorrido em março de 2024, quando alguns locais ficaram mais de 20 dias sem luz. "Isso traz um prejuízo em toda a cadeia produtiva, mas no leite, que é uma produção diária, com perda da produção e aumento do custo por causa de geradores", destacou. Disse ainda que o Município ingressou na Justiça contra a empresa e já ganhou em primeira instância, mas reconheceu que já houve melhora nos investimentos. Ainda sugeriu que a empresa reinstale os escritórios de atendimento nos municípios.

O prefeito Arroio do Padre, Juliano Buchweitz, destacou a produção de tabaco no município que enfrenta, no período do verão, problemas relativos à baixa tensão, já que aumenta o consumo. Informou que houve investimentos na rede, troca de postes e poda, mas ele é insuficiente para garantir a estabilidade no fornecimento da energia elétrica. Falou também que, quando falta luz, falta energia na torre de telefonia e de sinal de internet, os produtores ficam sem comunicação. "Então nem fazer o relato da falta de energia eles conseguem e acabam recorrendo à prefeitura", explicou.

Representando o Movimento de Luta pelo Direito à Cidade, Luana Pereira leu relato assinado por centenas de moradores do Chuí, a ser entregue ao Ministério Público em Santa Vitória do Palmar. O documento aborda, entre outros problemas, a oscilação constante de energia, resultando na queima de aparelhos, prejuízos materiais e incêndios em residência e estabelecimentos comerciais. "Qual será a solução de um ressarcimento justo para esses consumidores?", questionou, falando que a maioria da população não tem o hábito de guardar as notas fiscais dos equipamentos.

Também se manifestaram os vereadores Professor Maurício, de Santa Vitória do Palmar, e Alencar Borges, do Chuí, que presidiram comissões sobre os serviços da Equatorial em suas Câmaras Municipais. Ainda falaram, entre outros, o representante do Sindicato Rural do Rio Grande Tiago Damas; a presidente do Centro Comunitário de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Rio Grande e São José do Norte, Hélia Bernardo; moradores do bairro Vila Santa Tereza, de Rio Grande, que perderam sua residência por causa de um incêndio causado por curto ou sobrecarga na rede elétrica; o secretário de Município do Cassino, Miguel Satt; e vereadores e vereadoras de São Lourenço do Sul, de Cerro Grande do Sul, do Chuí, de Rio Grande, de São José do Norte, de Arambaré, de Cerrito e de Santa Vitória do Palmar.

© Agência de Notícias
Por: Letícia Rodrigues - MTE 9373 | 
Fot
o: Willjrsul / Divulgação CEEE Equatorial