Comissão recebe dados da atuação do Banrisul junto aos produtores rurais gaúchos

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo, presidida pelo deputado Zé Nunes (PT), recebeu na reunião desta quinta-feira (23) o Superintendente de Agronegócio do Banrisul, Robson Oliveira Santos, que atualizou os dados de programas de crédito rural da instituição financeira relacionados à safra 2024/2025, com destaque para a atuação do banco diante do impacto das estiagens e da enchente de 2024 no endividamento dos pequenos produtores rurais gaúchos.

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10/23/20256 min read

a tractor is driving through a large field
a tractor is driving through a large field

Comissão recebe dados da atuação do Banrisul junto aos produtores rurais gaúchos

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo, presidida pelo deputado Zé Nunes (PT), recebeu na reunião desta quinta-feira (23) o Superintendente de Agronegócio do Banrisul, Robson Oliveira Santos, que atualizou os dados de programas de crédito rural da instituição financeira relacionados à safra 2024/2025, com destaque para a atuação do banco diante do impacto das estiagens e da enchente de 2024 no endividamento dos pequenos produtores rurais gaúchos.

Na Sala José Antônio Lutzenberger, no 4º andar do Palácio Farroupilha, no período de Assuntos Gerais, o representante do Banrisul ofereceu dados recentes das linhas de crédito rural disponibilizadas para os produtores gaúchos, em especial diante do impacto das estiagens subsequentes no estado nos últimos anos e, em 2024, das enchentes, com impacto na produção e no endividamento.

Zé Nunes destacou a importância do Banrisul no RS, pela sua capilaridade e envolvimento no crédito rural, elogiando a decisão do banco em atuar nessa carteira, pela sua complexidade e os desafios dessa área. Reiterou a defesa do Banrisul enquanto ferramenta bancária pública e anunciou que os dados serão disponibilizados aos demais deputados. Lembrou, ainda, de pleito no governo federal de que o Banrisul tivesse ampliação de limites para negociação direta da dívida, tendo em vista que é banco que atua no RS, quando os demais apontavam que 8% seria suficiente, o Banrisul recebeu autorização de 17% para tratar do endividamento, especificamente no RS.

O Superintendente de Agronegócio do Banrisul, Robson Oliveira Santos, destacou o empenho da instituição em favor da economia do estado, em especial nos momentos de crise, para atuar no que vai gerar valor e assegurar o crescimento econômico e social, que é o compromisso do banco em “ajudar o campo neste momento de crise”.

Sobre a safra 2024/2025, que se encerrou em julho de 2025, disse que foi safra diferente para o RS porque começou em julho de 2024, logo após as enchentes, e a concessão de crédito foi impactada pelos danos estruturais e pelas normativas implementadas para enfrentar a situação no estado e os prejuízos no agro.

Sobre o volume de recursos alocados na última safra (julho 2024/junho2025), a expectativa era de boa safra, frustrada pela nova estiagem. No período o Banrisul concedeu R$ 7,34 bilhões de reais para o setor agrícola, “em valor bruto de produção primário falamos de mais de 10% do valor bruto de produção em concessão de crédito, para 125 mil produtores rurais e mais de 131 mil operações, e não se trata de grandes empresas, mas para os produtores rurais”.

O volume de recursos foi distribuído em 60% para custeio, outros 34% para investimentos, duas linhas que concentram em torno de 95% do montante de recursos, e depois produção e industrialização. Para custeio, o crédito direto para a produção, foi de R$ 4,37 bi destinados para operações, sendo 37% (Pronaf) para o pequeno produtor rural e 43% (Pronamp) para o médio produtor, portanto, mais de 80% do custeio do Banrisul sendo levado para o pequeno e médio produtor rural, e a quantidade de operações alcança 90% para esse perfil de produtores, o que define a capacidade do banco em alcançar a pequena propriedade rural.

O recurso de custeio é alocado R$ 3 bilhões para a agricultura, e para a pecuária R$ 1,4 bi. Na agricultura, R$ 1,8 bi é para a soja, R$ 550 milhões para o arroz, e o terceiro produto mais financiado é o trigo, R$ 340 milhões. Na pecuária, 1,3 milhões para bovinos, com destaque para a participação da pecuária leiteira.

Importância do Proagro no cenário gaúcho

Outra atuação do banco é no apoio com o seguro à produção, e o Banrisul alcançou a cobertura de mais de R$ 1 bi do Proagro para a Safra 2024/2025, direcionado ao pequeno produtor rural. “Quando o produtor contrata o custeio e toma o recurso para plantar, o banco aloca no financiamento o seguro à produção, que o Proagro, e se o produtor não acessa o crédito rural, não consegue acessar o Proagro, então, além de conceder o crédito, o banco assegura a produção. Oliveira Santos ilustrou esse aspecto com o dado de que 41,70% do que foi segurado foi acionado, precisou de cobertura. “Sem isso, o prejuízo dos produtores seria ainda maior”. Foram mais de dez mil operações com o Proagro como seguro.

O Superintendente detalhou que dos recursos (R$ 2,5 bi) destinados para 7.898 operações, cerca de R$ 320 milhões foram para reestruturação dos solos, tendo em vista o impacto das enchentes no solo, “o banco teve atuação estratégica para direcionar recursos para correção e renovação do solo”, destacando ainda o volume expressivo para o Pronaf, e o Giro Emergencial.

Ações emergenciais

Ele informou que de maio a dezembro de 2024, só para crédito rural no Brasil foram expedidas mais de 30 normas, que disciplinavam prorrogações, novas linhas, ajustes de vencimentos, programas emergenciais de socorro e trouxeram complexidade operacional para os financiamentos e “o Banrisul aplicou com excelência todas as normas trazidas ao agro no segundo semestre do ano passado, e os benefícios foram levados ao campo e isso favoreceu a retomada da produção, em especial aqueles que operam com o Banrisul”, afirmou.

Nesse sentido, o banco alocou R$ 643 milhões aos municípios mais atingidos pelas enchentes, R$ 307 milhões para pequenos produtores, e R$ 336 milhões para médios produtores. No programa do BNDES Giro Empresarial Emergencial 2024, foram R$ 887 milhões refinanciados em dívidas para os agricultores, que foram concedidos no programa para a liquidação da dívidas, e o endividamento foi alongado em oito anos, “medida importante para a melhora da capacidade produtiva”.

Discorreu sobre a questão da securitização, neste ano, que foi encaminhada para renegociação de dívidas e anunciado na Expointer, o Programa de Liquidação de Dívidas Rurais, com dotação de R$ 12 bi para 1.400 cidades brasileiras, para renegociação em nove anos.

O programa teve início em 16 de outubro pelo BNDES, e o Banrisul trabalhou para poder operar essa linha e disponibilizar o acesso aos produtores gaúchos, o que foi disponibilizado para 459 cidades aptas a acessar esse recurso, R$ 880 milhões com nove anos de prazo e juros subsidiados escalonados (6% para o pequeno, 8% para o médio e 10% para o grande produtor).

Iniciando a operação no dia 15, o recurso foi esgotado em três dias, revelou Robson Santos, ao destacar o papel do banco diante da urgência do setor gaúcho, “somos o único banco que disponibilizou de fato essa linha para os produtores, que é a mais buscada para solução do endividamento”. Nos próximos dias terão início uma operação de recursos livros do banco, uma vez que os R$ 880 milhões não alcançaram a demanda.

Comentou ainda que em 2025, com a estiagem, parte do crédito que foi concedido para o custeio da última safra precisou, novamente, ser prorrogado, e essa possibilidade estava limitada em 8% da carteira, e o Banrisul demandou ao governo federal e pela primeira vez, a partir de alteração da regra para a instituição financeira, aumentou para 17%, o que possibilitou refinanciar dívidas em até R$ 700 milhões. E outras medidas que aportaram mais recursos ao banco para esse fim, tendo em vista o impacto climático no estado, mas o Superintendente destacou o fato de que a inadimplência no agro no RS é a menor do país.

Zé Nunes, no final, observou a importância de rediscutir o padrão da produção rural no estado diante dos efeitos climáticos frequentes.

Na próxima semana a comissão realizada audiência pública, no dia 31, para debater as questões hídricas na região do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos municípios da Bacia do rio Jaguarão, no município de Hulha Negra.

Sem quórum, a Ordem do Dia não foi apreciada.

Registraram presença, além do presidente, Zé Nunes (PT), os deputados Adão Pretto Filho (PT), Neri, o Carteiro (PSDB), e Elton Weber (PSB). O deputado Adolfo Brito (PP) se encontra em missão na Europa, acompanhado de outros parlamentares.

Fonte: Francis Maia - MTE 5130 | Agência de Notícias