Assembleia Legislativa instala Frente Parlamentar Pró-Saúde Pulmonar

Assembleia Legislativa instala Frente Parlamentar Pró-Saúde Pulmonar

A Assembleia Legislativa instalou, na tarde desta segunda-feira (13), a Frente Parlamentar Pró-Saúde Pulmonar, em cerimônia que reuniu os maiores especialistas da matéria no Brasil. A iniciativa foi do deputado Dr. Thiago Duarte (União). “As doenças respiratórias representam um dos principais desafios em saúde pública, especialmente, no Rio Grande do Sul. Esta frente parlamentar será um espaço de diálogo, proposição e ação, constituindo-se numa ponte entre a pesquisa científica e as políticas públicas”, justificou o parlamentar.

Dr. Thiago Duarte lembrou que as doenças pulmonares estão entre as principais causas de internações e de afastamento do trabalho e que é preciso agir na prevenção, conscientização da população e fortalecimento das redes de diagnóstico e de tratamento. Para ele, o caminho a ser trilhado passa pela valorização dos profissionais da saúde, fortalecimento da Atenção Primária e estímulo à ciência, pesquisa e cooperação. “A frente parlamentar pretende reunir governos, legislativos, academia, sociedade civil e setor privado para reduzir a incidência e o impacto das doenças respiratórias em nosso estado”, apontou.

Rastreamento
Os especialistas que acompanharam a instalação do colegiado insistiram na necessidade de adotar o rastreamento do câncer de pulmão no sistema público de saúde, por meio de busca ativa e realização de tomográfica de tórax. A presidente da Sociedade de Pneumologia do Rio Grande do Sul, Manuela Cavalcanti, afirmou que só 5% dos casos são diagnosticados precocemente, o que reduz as chances de sobrevida. “Precisamos fazer busca ativa na população de risco e chegar antes dos sintomas”, preconizou.

Ela defendeu também a importância de campanhas antitabagismo, especialmente porque o consumo de cigarros aumentou, passando de 9,3% da população brasileira em 2023 para 11,6% em 2024 e retrocedendo aos níveis verificados em 2010. “São oito milhões de mortes evitáveis no mundo por ano. No Brasil, temos 477 morte diárias relacionadas ao tabagismo”, apontou.

Na mesma lógica, o cirurgião torácico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre Maurício Sauressig afirmou que o Rio Grande do Sul é campeão de tabagismo e de câncer de pulmão. Segundo ele, de 2023 a 2025, foram constatados mais de seis mil casos, mas só foram realizados pelo SUS 380 cirurgias, revelando um cenário de descompasso entre o avanço da doença e do acesso ao tratamento.

Também na defesa do rastreamento, o presidente da Associação Gaúcha de Radiologia, Thiago Krieger, sustentou que o Rio Grande do Sul conta com um parque tecnológico capaz de promover o rastreamento do câncer pulmonar na população. Ele revelou que cada mil mamografias detecta um caso de câncer. Já quando se trata do câncer de pulmão, o mesmo número de exames identifica 280 casos.

A presidente da Sociedade de Cirurgia Torácica e da Aliança Brasileira de Combate ao Câncer de Pulmão, Fabíola Perin, afirmou que o rastreamento pode salvar até 20% dos pacientes. No entanto, como 85% dos diagnósticos, só ocorrem quando a doença está em etapas avançadas, a sobrevida global não ultrapassa os 18%. O diagnóstico nos estágios iniciais, segundo ela, pode garantir uma sobrevida em cinco anos para mais de 90% dos casos.

A instalação da frente foi acompanhada também pelo deputado Cláudio Tatsch (MDB), que reforçou a importância da iniciativa e a necessidade de ampliar o acesso dos pacientes ao sistema público de saúde.

Por: Olga Arnt - MTE 14323 | Agência de Notícias